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A fuga do autoconhecimento.


Algumas pessoas entendem o processo de uma terapia como medida emergencial. Chegam aos consultórios com demandas urgentes, esquecendo do tempo que suportaram a mínima dor psíquica, até que ela tenha se tornado máxima. E querem solução express. E isso quando chegam!

Ainda não vivemos em uma sociedade que entenda o processo de autoconhecimento como algo imprescindível para lidar melhor com o meio, e com a vida. Muito tem se falado da necessidade de terapia, as questões mentais tem sido apresentadas com maior visibilidade nos dias atuais, mas a nossa realidade ainda está em viver no automático, com pressa, sem muitos questionamentos sobre si.

Estamos adaptados a decidir pelo olhar do outro, a partir do aval do outro. Mergulhamos a cada dia mais em nossas zona de conforto, sem muito íntimo com a realidade sobre nós mesmo. E assim seguimos.

Seguimos tratando questões psíquicas da mesma forma que cuidamos das questões físicas. Remédios ou tratamentos rápidos. Que nos curem logo! (Será?)

A gente topa reprogramar o cérebro, pensar positivo, transformamos nossas questões psíquicas em “desculpas”, “procrastinação”, e nos impomos metas para sana-las. Mas entender o porque das nossas ações? Melhor não.

No fundo, a gente sabe que dói. Costumo brincar que o autoconhecimento é para corajosos! E a terapia, é o caminho.

Mas se conhecer, gera desconforto. Fala de sair da zona de conforto, fala de movimento, fala de deixar de olhar para o próprio umbigo, levantar a cabeça e ver o mundo. Fala de entender qual a nossa relação com ele, como ele nos afeta positivamente ou negativamente. E tirar essa venda, uau! É pra quem tem coragem.

Você tem coragem?

Te desafio a pensar. Te convido a gerar reflexões sobre o simples fato de se sentir encurralado pela vida, e ainda assim achar que está tudo bem. Que você está no controle. Mas eu te pergunto: Controle de que? De quem? Ou melhor, até quando?

Pense nisso.